Sonhos de quem de sonhos morre
Faces de púrpura pinceladas
Águas de um rio que não move
Folhas de um século abandonadas
Quimeras que minh’alma teme
Fogos que por arder ficaram
Mágoas da liberdade que ainda treme
Percursos que não principiaram
Ventos de um norte que a sul fica
Olhos de um cego que ainda vê
Chagas de um espinho que não pica
Rezas de um crente que não crê
Destinos que custam a cumprir
Unhas de um membro amputado
Cálculos que ameaçam ruir
Filhos de um pai desesperado
Meses que em vão existem
Vidas findas por rebeldia
Sóis que ao frio persistem
Batalhas ganhas por covardia
Tumores nunca dilacerados
Alvos negros de tão gastos
Cabelos numa mão enclausurados
Rumos ínfimos de tão vastos
Crianças perdidas no tempo
Lábios da cor dos desejos
Sorrisos alegres de sofrimento
Balas que sabem a beijos
Erros de dor mutilados
Destinos volantes perdidos
Deuses por homens criados
Homens de deuses nascidos
6 comentários:
Olá, Linda!
Tens aqui um bom sítio para se estar a ler poesia e logo da que eu mais gosto. Com muita profundidade.
Parabéns e bom fim-de-semana
Olá linda,
Nunca tinha vindo a este teu blog, estou encantada, escreves mt bem.
Parabéns.
Grande Beijo.
«Sonhos de quem de sonhos morre
Faces de púrpura pinceladas
Águas de um rio que não move
Folhas de um século abandonadas»
Bom, da outra vez não cheguei a comentar este post mas o poema «ficou-me» na cabeça, tanto que tive que cá voltar!!!
Relevei aqueles versos que transcrevi mas bem podiam ter relevado o poema todo... está lindo!!! Tenho curiosidade em ver outras coisas que escreves!
Beijinhos!!! E bom fim-de-semana!!!
Fantástico!
Olá.
Só agradecer a tua visita.
Com mais 'serenidade' apreciarei a tua poesia.
Fica bem.
Felicidades.
Um beijinho para ti.
Manuel
deproposito@sapo.pt
Adorei o poema , como também tudo o que por aqui li .
Grato pela visita e pelas palavras simpáticas .
Beijos de amizade e continuação de um bom domingo .
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