(A janela oferece estímulos visuais que coloram os meus pensamentos...
Passo a viagem a olhar por ela e acendo assim as dissertações que me ocupam o tempo...)
Em andamento, tudo passa num instante...as imagens desaparecem à medida que a estrada se nos oferece, e as cores misturam-se numa sinestesia que nos avassala o temperamento...já tive mais paciência para acarretar aquilo que a velocidade me transmite...hoje talvez não seja um dia normal...talvez eu própria não seja 'normal' hoje...
Apetece-me abrir a janela, gritar bem alto! Tão alto a ponto de a terra estremecer... mas não tenho força para tal...invoco-vos a vocês!, para que gritem por mim...mas por favor, façam com que eu oiça o vosso grito...gostava de escutar-vos ao menos mais uma vez nesta viagem...
Lá fora os estímulos vão e vêm e as minhas pupilas embebedam-se de contrastes. Olho para trás...e arrependo-me...talvez Atlas também se tenha arrependido de olhar para trás...o peso nas minhas costas aumenta a cada dia, a velocidades vertiginosas...
E o mundo não espera por mim...as imagens correm e não as consigo alcançar...a metragem é cada vez mais longa...e o mundo não espera por mim, sei que não...
(Olho para aquela lua que me persegue, por mais rápido que avance...ainda vou descobrir porquê...)
Aos companheiros de viagem, aos que ajudam a percorrer esta estrada sem o saberem, e aos que abrem as janelas de cada dia...
terça-feira, outubro 18, 2005
domingo, outubro 16, 2005
Fecho os olhos...
Fecho os olhos e vejo um foco de luz...uma esperança que se acende lá no fundo...um horizonte que nasce porque eu existo...
Fecho os olhos e acordo...o sol aquece em mim as palavras que ficaram por dizer...os caminhos que percorro por ninguém...
Fecho os olhos e abraço o mundo...e canto e grito e disserto sobre uma existência que nasceu como uma força centrífuga que nos alcança...
Fecho os olhos e alimento a Alma...sou Eu sem precisar de o ser...
Fecho os olhos e perco-me...e nascem em mim as asas que os pássaros perderam...reflito...
Fecho os olhos e acendo os sonhos...onda que baila quando o mar está calmo...
Fecho os olhos e vejo...fecho os olhos e vejo...FECHO OS OLHOS E VEJO...
Foco de luz que me pertence...foco de luz que me ilumina...foco de luz de quem eu sou...
Fecho os olhos e sei...
Fecho os olhos e acordo...o sol aquece em mim as palavras que ficaram por dizer...os caminhos que percorro por ninguém...
Fecho os olhos e abraço o mundo...e canto e grito e disserto sobre uma existência que nasceu como uma força centrífuga que nos alcança...
Fecho os olhos e alimento a Alma...sou Eu sem precisar de o ser...
Fecho os olhos e perco-me...e nascem em mim as asas que os pássaros perderam...reflito...
Fecho os olhos e acendo os sonhos...onda que baila quando o mar está calmo...
Fecho os olhos e vejo...fecho os olhos e vejo...FECHO OS OLHOS E VEJO...
Foco de luz que me pertence...foco de luz que me ilumina...foco de luz de quem eu sou...
Fecho os olhos e sei...
terça-feira, outubro 11, 2005
Desvia a cortina...
- Olha lá para fora! Desvia a cortina e olha...
- Mas olhar para o quê!?
- Olha pura e simplesmente! Desvia a cortina e olha!
Hesitou... mas como o olhar dele era intimidador, com alguma desconfiança afastou a cortina e olhou lá para fora...
- Então, o que viste?
- O mesmo de sempre... o mesmo cenário, a mesma paisagem, as mesmas cores...ainda não percebi o porquê da tua insistência...
- Não te digo mais nada, o resto cabe-te a ti! Talvez um dia te arrependas de não ter visto um cenário diferente, uma paisagem diferente, cores diferentes... talvez um dia te arrependas...
Ele saiu e ela ficou pensativa... o que quereria ele dizer com aquilo!?
E por curiosidade, voltou a afastar as cortinas e olhou de novo lá para fora. Pela primeira vez, teve a sensação de que não conhecia a imagem que sempre vira pela janela do seu quarto... talvez nunca tenha tido tempo nem disposição para olhar realmente para os estímulos visuais que se lhe apresentavam...
Fechou a cortina, deitou-se na cama e pensou...
Pensou até que, por impulso, deu um pulo e se dirigiu de novo à janela. Afastou as cortinas, abriu o vidro e pela primeira vez nos tempos da sua existência sentiu a sinestesia que os seus poros tanto imploravam...
Agarrou nas chaves e saiu. Foi ter com ele. Sentiu-se bem e teve certeza do seu sorriso.
Tudo estava igual, nos mesmos sítios do costume. Mas para ela tudo parecia diferente...
...afinal tinha acordado para o mundo...
"Se estou sozinho, é num beco que me encontro
vou porta a porta perguntando a quem me viu
se ali morei, se eu era o mesmo, e em que ponto
o meu desejo fez as malas e partiu"
Sérgio Godinho, As certezas do meu mais brilhante amor
- Mas olhar para o quê!?
- Olha pura e simplesmente! Desvia a cortina e olha!
Hesitou... mas como o olhar dele era intimidador, com alguma desconfiança afastou a cortina e olhou lá para fora...
- Então, o que viste?
- O mesmo de sempre... o mesmo cenário, a mesma paisagem, as mesmas cores...ainda não percebi o porquê da tua insistência...
- Não te digo mais nada, o resto cabe-te a ti! Talvez um dia te arrependas de não ter visto um cenário diferente, uma paisagem diferente, cores diferentes... talvez um dia te arrependas...
Ele saiu e ela ficou pensativa... o que quereria ele dizer com aquilo!?
E por curiosidade, voltou a afastar as cortinas e olhou de novo lá para fora. Pela primeira vez, teve a sensação de que não conhecia a imagem que sempre vira pela janela do seu quarto... talvez nunca tenha tido tempo nem disposição para olhar realmente para os estímulos visuais que se lhe apresentavam...
Fechou a cortina, deitou-se na cama e pensou...
Pensou até que, por impulso, deu um pulo e se dirigiu de novo à janela. Afastou as cortinas, abriu o vidro e pela primeira vez nos tempos da sua existência sentiu a sinestesia que os seus poros tanto imploravam...
Agarrou nas chaves e saiu. Foi ter com ele. Sentiu-se bem e teve certeza do seu sorriso.
Tudo estava igual, nos mesmos sítios do costume. Mas para ela tudo parecia diferente...
...afinal tinha acordado para o mundo...
"Se estou sozinho, é num beco que me encontro
vou porta a porta perguntando a quem me viu
se ali morei, se eu era o mesmo, e em que ponto
o meu desejo fez as malas e partiu"
Sérgio Godinho, As certezas do meu mais brilhante amor
segunda-feira, outubro 10, 2005
A ti...
Perdi a conta às vezes que as tuas mãos me ampararam as quedas...
Perdi a conta às vezes que os teus sorrisos fizeram nascer nos meus lábios a vontade de sorrir...
Perdi a conta às vezes que os teus olhos cúmplices me falaram num silêncio absoluto...
Perdi a conta aos versos do Pessoa e do Ary e às melodias do Sérgio e do Zeca que me ofereceste como quem oferece as estrelas...
Perdi a conta aos sonhos que fizeste nascer em mim, às palavras sabedoras com que me empurraste para a frente...
Perdi a conta aos momentos junto a ti que ficaram eternizados em mim...
Perdi a conta às emoções que uso para te descrever...
Perdi a conta às confissões que guardamos a cadeado dentro de nós...
Perdi a conta às vezes que ficaste na sombra para que eu ficasse na luz...
Não digas nada porque hoje é a minha vez de dizer-te tudo aquilo que deve ser dito... e se algum dia a voz me falhar, que fiquem gravadas estas palavras na história de que fazemos parte...
(Que se cale o vento, que se calem os ecos, que se calem as vozes que não chegam a lado nenhum...)
Hoje é a ti que ofereço estas linhas... companheiro do passar das horas, do passar dos anos, do virar das páginas da nossa história...
E que passem muitos mais horas e muitos mais anos... e que estejamos juntos para virar muitas mais páginas de história...
"a noite passada fui passear no mar
a viola irmã cuidou de me arrastar
chegado ao mar alto abriu-se em dois o mundo
olhei para baixo, dormias lá no fundo
faltou-me o pé, senti que me afundava
por entre as algas teu cabelo boiava
a lua cheia escureceu nas águas
e então falámos
e então dissemos
aqui vivemos muitos anos"
Sérgio Godinho, A noite passada
Perdi a conta às vezes que os teus sorrisos fizeram nascer nos meus lábios a vontade de sorrir...
Perdi a conta às vezes que os teus olhos cúmplices me falaram num silêncio absoluto...
Perdi a conta aos versos do Pessoa e do Ary e às melodias do Sérgio e do Zeca que me ofereceste como quem oferece as estrelas...
Perdi a conta aos sonhos que fizeste nascer em mim, às palavras sabedoras com que me empurraste para a frente...
Perdi a conta aos momentos junto a ti que ficaram eternizados em mim...
Perdi a conta às emoções que uso para te descrever...
Perdi a conta às confissões que guardamos a cadeado dentro de nós...
Perdi a conta às vezes que ficaste na sombra para que eu ficasse na luz...
Não digas nada porque hoje é a minha vez de dizer-te tudo aquilo que deve ser dito... e se algum dia a voz me falhar, que fiquem gravadas estas palavras na história de que fazemos parte...
(Que se cale o vento, que se calem os ecos, que se calem as vozes que não chegam a lado nenhum...)
Hoje é a ti que ofereço estas linhas... companheiro do passar das horas, do passar dos anos, do virar das páginas da nossa história...
E que passem muitos mais horas e muitos mais anos... e que estejamos juntos para virar muitas mais páginas de história...
"a noite passada fui passear no mar
a viola irmã cuidou de me arrastar
chegado ao mar alto abriu-se em dois o mundo
olhei para baixo, dormias lá no fundo
faltou-me o pé, senti que me afundava
por entre as algas teu cabelo boiava
a lua cheia escureceu nas águas
e então falámos
e então dissemos
aqui vivemos muitos anos"
Sérgio Godinho, A noite passada
domingo, outubro 09, 2005
Quimera de Cetim
Talvez o horizonte esteja demasiado distante...
Talvez o sol esteja alto demais...
Talvez as barreiras sejam excessivamente opressivas...
Talvez a força teime em falhar...
Talvez o mundo seja pequeno para nós...
Talvez a certeza nunca o tenha sido...
Talvez as palavras sejam fúteis...
Talvez as mãos tremam quando não devem...
Talvez as perguntas não tenham resposta...
Talvez... Talvez... Talvez...
Talvez a vida não fizesse sentido sem sonhos ou metas que esperamos atingir;
Talvez nos falte uma Quimera de Cetim...
Talvez o sol esteja alto demais...
Talvez as barreiras sejam excessivamente opressivas...
Talvez a força teime em falhar...
Talvez o mundo seja pequeno para nós...
Talvez a certeza nunca o tenha sido...
Talvez as palavras sejam fúteis...
Talvez as mãos tremam quando não devem...
Talvez as perguntas não tenham resposta...
Talvez... Talvez... Talvez...
Talvez a vida não fizesse sentido sem sonhos ou metas que esperamos atingir;
Talvez nos falte uma Quimera de Cetim...
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